Desde 2010, biólogos e técnicos realizam o monitoramento de aves nas regiões de influência da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho. O objetivo é detectar os possíveis impactos do empreendimento nas comunidades de aves nativas ou migratórias da região. O estudo deve ser concluído em 2014, com a finalização da obra.
O monitoramento é dividido em duas fases: pró e pré-enchimento do reservatório da usina. Expedições são realizadas nas regiões de mata preservada no entorno da obra, utilizando a metodologia do Programa de Pesquisa em Biodiversidade desenvolvida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para a região amazônica, permitindo a comparação com outros estudos na região.
Javier Cisneros, biólogo, analista socioambiental da Santo Antônio Energia, diz que ao final dos trabalhos de monitoramento, os resultados das etapas realizadas antes e depois do enchimento de reservatório serão comparados, sendo possível identificar se a obra da usina hidrelétrica trouxe algum impacto para as comunidades de aves da região. Ampliando, ainda o conhecimento sobre as espécies, ainda pouco estudadas.
Na duas últimas expedições, realizadas após o enchimento do reservatório, foram registradas mais de 370 espécies de aves, como Arapaçu, Rendadinho, Andorinha, Bem-tevi, Mãe-de-Taoca-da-Cauda-Barrada, Beija-flor, Falcão mateiro, Uirapuru e Choquinha de Garganta Carijó.
Para esta identificação, as aves são capturadas para verificação: sexo, tamanho, peso e ainda a classe etária do animal e se há presença de parasitas e gordura.
As espécies são catalogadas e recebem uma espécie de anel, contendo sua identificação, e passam a fazer parte do cadastro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave). Em seguida os animais são soltos na natureza.