Um grupo de pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu que os humanos "trocavam" genes com os hominídeos no passado, já que evidências científicas mostram que as espécies mantinham relações sexuais.
Trabalho foi divulgado na publicação científica "Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)".
A ideia de que o Homo sapiens é originário da África e se espalhou pelo mundo é muito aceita entre os especialistas atualmente. Mas o que eles não conseguem explicar é se esses primeiros humanos tiveram relações com outras espécies do gênero como o Homo erectus, o Homo habilis e o Homo neanderthalensis.
Até agora, os cientistas só podiam dizer que esses cruzamentos haviam ocorrido na Europa e na Ásia, bem depois da migração inicial dos primeiros humanos africanos.
Eles investigaram o DNA de seis grupos humanos que vivem atualmente na África e os compararam com simulações em computador. A investigação foi feita especialmente em áreas do DNA sem genes -- os responsáveis por coordenar a produção de proteínas no corpo.
Para saber se um pedaço do DNA era antigo ou não, os pesquisadores compararam sequências de DNA antigo com as atuais. Caso elas fossem muito diferentes, maior seria a chance dos trechos serem de origem antiga.
Já quando um pedaço incomum entre os DNAs antigo e atual era muito longo dentro de um cromossomo, os cientistas concluíam que essa alteração deveria ser recente. Segundo Michael Hammer, coordenador do estudo, essas interações entre DNAs deve ter ocorrido entre 60 mil e 20 mil anos atrás. Quando aconteciam, um cromossomo inteiro era gerado e, com o tempo, esse cromossomo seria "quebrado" em partes cada vez menores.
Com a fragmentação, os cientistas puderam estimar quando os cruzamentos aconteceram. Apesar do DNA "arcaico" representar apenas até 3% do DNA atual dos humanos, a equipe de Hammer acredita que o cruzamento entre espécies existiu corriqueiramente.