O lince-ibérico já teve uma população numerosa pela Espanha e por Portugal. Mas, em 2005, esse número caiu para apenas 150, fazendo dele o mais ameaçado entre os 36 tipos de gatos selvagens do mundo.
Um dos fatores a deixá-lo perto da extinção foi a perda de sua principal fonte de alimentos: coelhos, que foram dizimados por doenças. A destruição de seu habitat também contribuiu para o declínio dos linces.
"O lince ibérico é uma espécie-chave no ecossistema do Mediterrâneo", disse Miguel Simon, diretor de um projeto de defesa dos linces. "É um predator importante, e, se preservarmos esta espécie, preservaremos todo o ecossistema."
Cativeiro
A gravidade da situação identificada há alguns anos fez com que conservacionistas espanhóis decidissem remover alguns dos linces da natureza selvagem para criá-los em cativeiro, onde pudessem se reproduzir.
A iniciativa fez com que cerca de cem novos animais nascessem sob os cuidados de veterinários. Ao mesmo tempo, graças a medidas para a restauração do habitat natural, a população selvagem também cresceu, para cerca de 300 linces ibéricos.
Diante do sucesso, os conservacionistas se prepararam para o passo seguinte: libertar os linces cativos na natureza, algo que foi realizado neste mês, com três linces.
Inicialmente hesitantes, eles deram seus primeiros passos rumo à liberdade. Os animais receberam coleiras, que permitirão que cada movimento seu seja monitorado.
"Estou um pouco preocupado, porque não sabemos o que vai acontecer (com o animal na natureza selvagem). Mas temos que tentar", declarou Guillermo Lopez, veterinário que cuidou dos linces. "Há alguns anos, tudo parecia tão difícil, mas agora estamos chegando perto da bem-sucedida conservação da espécie." No total, cerca de 15 linces cativos devem ser libertados neste ano.